Estudo
revela que um em cada três funcionários admite que sua companhia perde pelo
menos 5 horas de trabalho semanais em conflitos entre pessoas de idade
diferentes.
Executivo
veterano acolhe os mais novos: 91% dos
entrevistados dizem que suas companhias empregam funcionários de pelo menos
três gerações diferentes
Discordâncias
como a necessidade da Geração Y de revolucionar o mercado e o receio dos mais velhos
a mudanças podem não só afetar o clima corporativo, como também comprometer os
resultados de uma empresa.
É o que
aponta um recente estudo da ASTD Workforce Development, feito em parceria com a
VitalSmarts.
Dos 1.348
pesquisados, um em cada três (35,39%) admite que sua companhia gasta pelo menos
cinco horas de trabalho por semana em conflitos entre gerações — o que representa uma perda de produtividade
de cerca 12%.
Outros
54,45% afirmam que as diferenças de ideias entre funcionários de idades
diferentes consomem de 1 a 5 horas semanalmente em suas organizações.
O dado é
preocupante já que a maioria esmagadora dos respondentes (91%) dizem que suas
companhias empregam funcionários de pelo menos três gerações diferentes. Mas,
ao mesmo tempo, 79,99% deles afirmam que suas empresas não têm um programa ou
estratégia definidos para lidar com as diferenças de idade da equipe.
Os problemas
de relacionamento são mais comuns entre os funcionários da Geração Y (que
abrange indivídous de 13 a 33 anos) e os Baby Boomers (de 49 a 67 anos),
segundo a maioria dos entrevistados (45%). O motivo disso é, provavelmente, a
maior lacuna entre as idades das duas gerações.
"Geralmente, os mais velhos ocupam
posições mais elevadas na empresa e os mais novos são subordinados. Pode sim
haver um conflito porque as gerações pensam e querem coisas diferentes do
trabalho, mas também pode ser uma questão hierárquica"
As
reclamações:
Independente
da faixa etária, os pontos que aparecem com mais frequência na lista de queixas
de uma geração em relação à outra são a falta de experiência anterior, a
resistência e a falta de vontade para inovar, a falta de respeito, a falta de
disciplina e de foco.
Para se defender
e não ter que lidar com o problema, as pessoas acabam procurando justificativas
como 'o fulano não sabe conversar por casa da idade dele'", exemplifica.
A tendência
observada por Lolato é confirmada nos números da pesquisa. Entre os mais
velhos, 67% dizem perceber alguma resistência das gerações seguintes em
discutir sobre os desafios de convivência. Entre os mais jovens, 63,26%
afirmaram notar o mesmo quanto às gerações anteriores.
O QUE A EMPRESA PODE FAZER?
1- Para
proporcionar um diálogo eficiente entre as gerações, a empresa precisa
estabelecer uma cultura em que as diferenças sejam valorizadas. De acordo com
Beatriz Braga, quem ocupa cargos seniores —
os mais velhos, na maioria dos casos, por causa da experiência — é que tem o dever de entender os mais novos.
"Os
jovens chegam às empresas recém saídos da faculdade e cada companhia tem suas
regras próprias, seus valores, seus costumes. É o mais velho (de casa) quem tem
que ensinar essas coisas", afirma.
É função das
gerações mais antigas se mostrarem dispostas ao diálogo e servirem de exemplo.
"O gestor é quem tem que provar que não é inflexível. Quando há diferenças
de propostas (entre as gerações), é ele quem tem que sentar e analisar o que
vale a pena porque, em última análise, ele é o responsável pela equipe".
2- Instituir
um sistema de avaliação de desempenho que reconheça as interações de cada um
com o restante da equipe também pode ser uma boa forma de estimular os
funcionários a se comunicarem.
"Se a empresa só avalia o colaborador com
números e metas, não funciona. É interessante ter um indicativo de quanto o executivo
cooperou quanto ajudou outras áreas, o quanto participou de projetos
alheios", considera Rodrigo Lolato.Esse tipo de
informação é possível se obter, por exemplo, com a aplicação do feedback 360º
— aquele em que cada funcionário é
avaliado por superiores, pares e subordinados.
3- Outro
investimento que pode ajudar na hora de engajar gerações diferentes é adotar um
ambiente físico sem divisões. "A proximidade entre as pessoas favorece as
conversas, a abertura, a transparência, a cooperação", diz Lolato.
Nem todo conflito é ruim
Ter opiniões
diversas dentro de uma empresa é algo essencial para que algumas mudanças
aconteçam. Por isso, nem todo conflito entre gerações deve ser visto como um
problema.
"Discordar de algumas coisas é saudável. O conflito pessoal não
é bacana, mas ter pontos de vistas diferentes é muito saudável. O gestor tem
que saber aproveitar essas divergências para crescer", diz a Beatriz
Braga.
"É
preciso ouvir as opiniões de pessoas de idades diversas. A Geração Y tem a
visão do novo, mas não tem maturidade para enxergar o todo como os mais
velhos." reforça Lolato.
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